“O bem-estar na vida obtém-se com o aperfeiçoamento da convivência entre as pessoas” (Texto judaico)
Se a espécie humana se espelhasse no comportamento do mundo animal, certamente, seria mais racional e menos egoísta e, como consequência, mais produtiva e feliz.
A vida animal mostra que, de fato, é necessário trabalhar em grupo, praticar a solidariedade, a cooperação e a união. Sempre ouvimos dizer que “a união faz a força”, mas não levamos esse ensinamento milenar a sério e, muitas vezes, preferimos atuar individualmente.
Os exemplos no mundo animal onde o trabalho em grupo é priorizado é extenso. Muitas destas espécies, só sobrevivem em razão do comportamento cooperativo onde os objetivos do grupo se sobrepõem aos de seus membros; alguns exemplos para seguir: Formigas (organizadas e cooperativas); Abelhas (poder e as tarefas em prol do grupo); Pássaros (unidade e regras para proteção do grupo); Peixes (organizam-se em cardumes para proteção contra predadores).
E o que podemos dizer da espécie humana, particularmente sobre o seu comportamento no universo corporativo?
Até o final dos anos 80 o principal critério para contratação nas empresas era o famoso QI – quociente de inteligência que era, por meio de testes, utilizado para medir a inteligência cognitiva dos candidatos. Pessoas admitidas e promovidas com base em seu QI e como, segundo pesquisas recentes, o QI contribui com não mais do que 20% para o sucesso na vida e na profissão, as organizações então ficaram recheadas de “idiotas inteligentes”.
A Inteligência Emocional
Foi então que, em 1990, o conceito de Inteligência Emocional, foi definido academicamente pela primeira vez pelos psicólogos e pesquisadores norte-americanos Peter Salovey e John D. Mayer. Assim, coube ao psicólogo, escritor e Ph.D. de Harvard, Daniel Goleman, considerado o pai da Inteligência Emocional, popularizar o conceito através de seu livro publicado em 1995.
Inteligência Emocional é definida como “subconjunto da inteligência social que envolve a capacidade de monitorar as próprias emoções e a dos outros, e assim usar essa informação para guiar o pensamento e ações”.
Inteligência Emocional é uma competência cada vez mais desejada nas organizações e é conjunto de habilidades que fazem com que as pessoas reajam às dificuldades e obstáculos, seja na vida pessoal ou profissional, a fim de aceitar e perceber as emoções e direcioná-las para obter melhores resultados.
O conceito de inteligência emocional parte do princípio que “o cérebro acredita nas mensagens transmitidas”. E para administrar de forma lógica o impacto das emoções e como elas são transmitidas ao cérebro deve-se adotar os comportamentos, a saber:
- Mudança de Valor: alterar a comunicação interna, minimizando a importância e a dimensão de fatos negativos;
- Alterar o significado: o que é possível aprender com o fato e foco na solução ao invés de no problema;
- Adotar linguagem Positiva: evitar a fixação no não e utilizar as palavras certas – a palavra é um poderoso agente pois determina emoções e molda o destino;
- Propósito: mudança de estado emocional através da definição clara de propósito (o que nos faz querer viver);
- Postura Corporal: Assim como a mente muda o corpo, o estado mental pode ser mudado pela postura corporal (segundo estudos conduzidos pela psicóloga Amy Cuddy).
A Inteligência Social ou Inteligência Interpessoal
A partir do desenvolvimento da inteligência emocional, então outra competência não menos importante passou a ser desejada pelos empregadores modernos: a inteligência social. Também chamada de interpessoal, podemos defini-la como a capacidade de equilibrar informações emocionais e administrá-las corretamente para analisar e compreender as características socioemocionais das outras pessoas à nossa volta.
Ao longo da vida, praticamente desde o nascimento, exercitamos essa habilidade para estabelecer uma convivência saudável com outros seres humanos. A inteligência social é uma competência cognitiva para melhorar a qualidade de nossas relações pessoais, facilitando a administração de conflitos e a construção de conexões positivas, mais duradouras e genuínas com os outros. E pode ser aprendida e desenvolvida através dos pilares a saber:
- Comunicação verbal;
- Comunicação não-verbal;
- Empatia;
- Autoapresentação;
- Assertividade.
É crescente a valorização da Inteligência Emocional e Social nas corporações modernas e, mais do que nunca, elas buscam nos processos seletivos profissionais que sabem direcionar suas competências emocionais e sociais para trabalhar em equipe e desenvolvem o senso de time para, assim, atingir resultados surpreendentes.
Quais as organizações que você conhece que continuam contratando e promovendo com base em QI? Sobreviverão?
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre os Ensinamentos do Mundo Animal e a Inteligência Emocional e Social no trabalho? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Walter Serer
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