“Planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com um futuro de decisões presentes.” (Peter Drucker)
Nestes tempos de mundo “VUCA” é impossível fazer planejamento cobrindo um horizonte superior a um mês ou até semanas!
Com frequência tenho ouvido a frase acima e, apesar de refletir a realidade em que vivemos, não posso afirmar que concordo com ela. Gosto muito da frase de Philip B. Crosby quando ele afirma:
“O sucesso é planejado; o fracasso simplesmente acontece”.
Cabe aqui um pequeno trecho do livro “Alice no País das Maravilhas”, quando Alice encontra-se em estrada com uma bifurcação e pergunta a um gato: “qual o melhor caminho que devo seguir?”, então o felino responde: “depende aonde você deseja chegar”.
Essa é a realidade em nossas vidas – pessoal e profissional – onde devemos sempre saber aonde queremos chegar.
Isso não significa, contudo, que o caminho a seguir seja uma linha reta sem obstáculos tipo um trilho; não, pelo contrário, o caminho rumo ao destino desejado, na maioria das vezes, não é único e é preciso abrir trilhas e desbravar territórios e enfrentar situações desconhecidas.
Todo o processo de planejamento deve ter o seu início a partir de um sonho; e é esse sonho que vai determinar o que queremos e o destino final mesmo que nesse estágio, o caminho a seguir e as estratégias e ações sejam, ainda, totalmente desconhecidos.
A partir de um sonho que é uma cena ainda nublada, desenvolvemos a materialização desse desejo que é a visão (o que e o porquê) e então, a partir dela, o planejamento com as etapas a seguir:
- Definição de objetivos que representam as várias etapas do caminho para que a visão se torne realidade;
- Desenvolvimento de estratégia que deve contemplar quais os caminhos a serem percorridos (o como) para chegar aos objetivos;
- Definir as ações para materializar a estratégia (convém ressaltar que bons objetivos e estratégias corretas quando não acompanhados de ações são apenas “sonhos”);
- A avaliação de resultados para verificar se as ações estão levando ao caminho correto; esse é de fato o ponto crucial do processo;
- A correção de rumos e mudança de comportamento: devido a constantes mudanças no cenário deve-se rever as ações, desbravar novas trilhas e, por vezes, redefinir objetivos e até o destino. Como dito anteriormente, a velocidade de mudanças impostas pelo mundo VUCA tem feito com que essa etapa ocorra a intervalos cada vez menores.
Um bom exemplo de empreendedor sonhador visionário é o de Howard Schultz da Starbucks cuja história resumida é:
- Ingressou na Starbucks que vendia grãos de café torrado;
- Uma viagem à Itália despertou-lhe o sonho de ter um local nos USA onde beber café fizesse parte da vida social das pessoas;
- Sua proposta de tornar a sua visão uma realidade foi imediatamente rejeitada pelos donos da Starbucks;
- Abriu a sua própria (pequena) empresa para implantar a sua visão e atraiu alguns investidores;
- Finalmente, anos depois, comprou a Starbucks e a reinventou para concretizar o seu sonho e transformar a sua visão realidade.
No dia a dia, muitas vezes, as transformações que ocorrem ao nosso redor são assustadoras e parece que irão nos destruir. Mas devemos ter o bom senso e discernimento para avaliar corretamente as mudanças, tendências, riscos e oportunidades para, então, ajustar as velas do nosso barco e reprogramar a rota, sem, contudo, perder de vista o destino.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre planejamento em tempos voláteis? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Walter Serer
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