FAST: A ferramenta da moda para substituir a Metas SMART largamente utilizada. O que consiste e o que faz dela diferente, para que SMART caia em desuso?
“Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas” (Friedrich Nietzsche)
Mudanças sempre foram a chave que abriu as portas para o progresso e trouxeram enormes avanços para a humanidade. Nas palavras de Charles F Kattering (inventor norte-americano – 1876/1958): “O mundo detesta mudanças e, no entanto, é a única coisa que traz progresso.”
Mudanças e transformações sempre fizeram parte da vida humana; ocorre que, atualmente, a velocidade das mudanças é incrivelmente rápida. Conceitos universalmente aceitos em passado recente, em questão de anos, meses e até dias, tornam-se obsoletos. E abrem espaço para as novas ideias e comportamentos.
Um bom exemplo é o conceito VUCA – volátil, incerto, complexo e ambíguo. O conceito urgiu nas forças armadas americanas nos anos 1990 e tem sido amplamente difundido e utilizado nas organizações ao redor do mundo. A partir da crescente utilização da inteligência artificial, evoluiu naturalmente e, deu lugar ao novo conceito BANI. A sigla em inglês significa Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível.
E, como consequência destas mudanças, o conceito SMART – eSpecífico, Mensurável, Atingível, Realista e com Tempo definido – muito utilizado no planejamento das empresas e, também, difundido como uma poderosa ferramenta em processos de coaching, começa a ser questionado quanto à sua aplicabilidade e eficácia.
Pois é, agora, há um entendimento de que o método SMART quando utilizado pode levar uma companhia/organização ou individuo (em processos de coaching) a uma performance muito aquém das possibilidades reais. Isso porque quando os objetivos são fixados de forma realista e com a certeza de que serão atingidos, a tendência é estabelecê-los de forma conservadora de modo a não instigar desafios.
Jack Welsh, CEO da General Electric e, por muitos, considerado o CEO do século XX, já afirmava que metas só poderiam receber este nome se incluíssem desafios mesmo que, no momento da definição, fossem considerados “impossíveis”; e é este componente de desafios o grande estímulo para a superação de dificuldades para gerar desempenhos extraordinários.
Então, qual a ferramenta da “moda” para substituir o SMART ainda largamente utilizado?
Segundo o artigo dos autores Donald Sull e Charles Sull publicado no “MIT Sloan Management Review”, a nova ferramenta é o FAST (mais uma sigla em inglês que significa: discutido com Frequência / Ambicioso / eSpecifico / Transparente).
Por que, então, SMART deve cair em desuso em um futuro próximo?
As razões apontadas a saber:
- a abordagem de metas atingíveis leva à acomodação e coloca em risco projetos de médio e longo prazo;
- enquanto SMART adota metas atingíveis e realistas o FAST para aumentar os desafios, motivar equipes e impulsionar performance coloca mais difícil e distante o alvo a ser atingido;
- o método alternativo define metas compartilhadas para criar um ambiente cooperativo e alinhar membros e equipes com os valores da organização.
Mas no que consiste e o que faz o FAST diferente?
Discutido com Frequência:
Reuniões semanais de desempenho bem como sessões de coaching devem ser realizadas periodicamente para rever metas e alterar rotas, ao invés de definir um objetivo e as ações correspondentes e avaliá-las em períodos mais longos – 3/6 meses ou até anualmente;
Ambicioso:
Metas atingíveis e realistas limitam a ambição e a criatividade e, quando atingidas, proporcionam a gestores e equipes recompensas mais atraentes. No conceito FAST, ao contrário, deve-se definir metas que provavelmente não serão atingidas em sua totalidade; organizações que não abrem mão de oferecer recompensas sempre atreladas a metas mais difíceis terão colaboradores criativos e dispostos a superar limites para atingir resultados surpreendentes;
Específico:
Para que a visão se transforme em ações concretas, colaboradores devem detalhar as etapas de cada uma das metas bem como os critérios de medição para, assim, conectar as ações individuais aos objetivos maiores e valores da organização;
Transparente:
Compartilhar objetivos individuais de forma aberta e transparente faz com que pessoas e equipes estejam alinhadas com as estratégias, valores e prioridades da organização. Além disso, cria uma competição saudável entre os membros facilitando o engajamento; transparência em todas as situações deve ser difundida e encarada como uma regra e não exceção.
O ponto relevante da evolução do SMART para o FAST é o estabelecimento de metas efetivamente desafiadoras para superar expectativas e atingir resultados extraordinários.
E você gestor o que acha de sair da zona de conforto – sua e de sua equipe – e definir objetivos e metas que impliquem em alto grau de desafio?
E quanto a você coach: já pensou em sair do lugar comum e desafiar seus “coachees” a perseguir objetivos desafiadores e até, em um primeiro momento, tidos como impossíveis para, efetivamente, quebrar paradigmas e, assim, realizar as verdadeiras e profundas transformações?
Para reflexão!
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre Metas FAST e SMART? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Walter Serer